Friday, September 30, 2005

1.BALANÇO CÍVICO

Balanço Cívico

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta quadrada, agüentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma reação, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, leva a vida ao som do samba, guarda ainda na noite de sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta;
Um partido, desmoralizado e materialista, liberal e ateu, cuja Cúpula é o ministério do poder, e cujos responsáveis e afiliados não são mais que tradução em monstruosidade fura-vidas que governa o distrito ou do fura urnas que administra o Estado(1); e, ao pé deste conluio partidário, um grupo casuístico, apadrinhado e apadrinhador, exército de sombras, minando, enredando, absorvendo, pelo mensalão, pela escola, pela oficina, pelo asilo, pelo cabo eleitoral, pelo eleitorado, - força superior, cosmopolita, invencível, adaptando-se com elasticidade inteligente a todos os meios e condições, desde a aldeola íntima, onde berra pela boca epiléptica do fanfarrão milagreiro, até à rica sociedade elegante da capital central, onde o gentilismo é um dandismo de tesouraria, um beatério chic, politiquismo de high-life, prédicas untuosas ( monólogos ao todo poderoso no uso de cuecas valiosas e fralda) e em certos dias, na Sede da moda, o bonito discurso encantador, - luz discreta, flores de luxo, palanque de mogno, cadeiras cômodas, português primoroso, companheiros e companheiras, e frases formosas repetidas dos melhores prosadores da ABL;
Uma elite, cívica e politicamente corrupta até a medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem caráter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e galhofarias, capazes de toda a veniaga e toda infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política nacional sucedam, entre indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverossímeis no Partido congregado... (2);
Um Congresso que importa em milhões de reais, não valendo centavos, como elemento de defesa e garantia autônoma;
Um poder legislativo, meio esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma ponta de eixo;
A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela uma saca-rolhas;
...partidos... ora, vários... sem idéias, sem planos, sem convicções, incapazes, na hora do desastre, de sacrificar os interesses próprios e mesquinhos... ou meio centavo ou uma gota de esperança, vivendo... do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos atos, iguais uns aos outros como... partes do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no plenário planetário... – de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar;
Um partido..., quase circunscrito..., avolumando ou diminuindo segundo erros da força sindical..., hoje aparentemente forte e numeroso, amanhã exaurido e letárgico, - água de poça inerte, transbordando se há chuva, tumultuando se há vento, furiosa um instante, imóvel em seguida, e evaporada logo, em lhe batendo dois dias de sol do sertão ardente; um partido composto sobretudo de pequenos grupos regionais, adstritos ao sedentarismo crônico do metro e da balança, dente de balcão, não de guerreiros, com um estado-maior pacífico e desconexo de velhos doutrinários, moços positivistas, românticos, jacobinos e declamadores, homens de boa fé, alguns de valia mas nenhum a valer; um partido, enfim, de índole estreita, acanhadamente político-eleitoreiro, mais negativo que afirmativo, mais de demolição que de reconstrução, faltando-lhe um chefe de autoridade abrupta, uma dessas cabeças firmes e superiores, olhos para iluminar e boca para mandar, - um desses homens predestinados, que são em crises históricas o ponto de intercepção de milhões de almas e vontades, acumuladores elétricos da vitalidade de uma raça, cérebro omnímodos, compreendendo tudo, adivinhando tudo, mudando tudo sem deixar se mudar - livro de cifras, livro de arte, livro de história, simultaneamente humanos e patriotas, do globo e da rua, do tempo e do minuto, forças supremas, forças invencíveis, que levam um povo de abalada, como quem leva ao colo uma criança;
Instrução miserável, Ministério da Educação nulo, da Cultura tocado ao som da MPB, UNE descaracterizada com condução jegue de orelha meio em pé envergada para o luto, agricultura industrializada para o rico e de desnutrida subsistência rudimentar para o pobre;
Um regime econômico baseado na inscrição e no empenho clamoroso de um subjetivo homem único contra todos..., perda de gente e perda de capital, autofagia coletiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio;
Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, - o direito garantido virtualmente na lei, posto, de fato, à mercê dum apadrinhado de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários;
Uma literatura iconoclasta, - meia dúzia de homens que, no verso e no romance, no panfleto e na história, haviam desmoronado a cambaleante cenografia verde a amarela da classe dominante de..., opondo uma arte de sarcasmo, viril e humana, à fraudulagem pelintra da literatura oficial, carimbada para a imortalidade do esquecimento com cruz indelével da ordem mendicante...;
Uma geração nova das escolas, entusiastas, irreverentes, revolucionária, destinada, porém, como as anteriores, viva maré dum instante, a refluir anódina e apática ao charco das conveniência e dos interesses, dela restando apenas, isolados, meia dúzia de homens inflexos e direitos, indemnes à podridão contagiosa pela vacina orgânica dum caráter moral excepcionalíssimo.
E se a isso juntarmos um pessimismo canceroso e corrosivo, minando as almas, cristalizando já em fórmulas banais e populares, tão bons são uns como os outros, corja de pantomineiros, cambada de ladrões, tudo uma choldra, etc., etc., - teremos em sintético esboço a fisionomia da nacionalidade... no tempo da morte de um partido delirante..., cujo reinado de paz podre vem dia a dia supurando em gangrenamentos terciários.
O advento do materialismo capitalista, inaugurado pela ironia céptica do coronelismo desbravado, acabava pela galhofa cínica do poder canavieiro... O riso da hiena, levemente amargo, estridente, desfechava no riso canalha do duo encrenqueiro pertinente baiano-maranhense do Planalto. Os patuscos terminavam em malandros.

(1) Há exceções individuais, claramente. A fisionomia geral, no entanto, é aquela.
(2) Se o Nazareno, entre ladrões, fosse hoje crucificado em plena Praça dos Três Poderes, ao terceiro dia, em vez do Justo, ressuscitariam os bandidos. Ao terceiro dia? Que digo eu! Em 24 horas andavam na rua, sãos como cachorros com coleiras tricolores.

Nota:
Texto parcialmente extraído da obra "A Pátria", datada de 1896, do escritor Guerra Junqueiro. Este texto, herança lusitana, quase que atemporal, sofreu lapidações nos locais e frases para fazer sentido, mesmo que de forma paralela, no contexto da realidade política do Brasil de hoje.

4 Comments:

Blogger blogpituxo43 said...

Realmente todo que aí está escrito, mesmo que tenha sido a mais de 100 anos reflete, certamente, a situa do nosso country hoje. Parece piada.

11:35 AM  
Blogger blogpituxo43 said...

ATROPELAMENTO NA PISTA DO PARK WAY

Fiquei Indignado com a morte, por atropelamento, do pequeno Rafael da Silva Mendes. A extensão da freada mostra que a condutora não deveria estar obedecendo o limite da velocidade regulamentar. E mais, a mãe do falecido não tem autoridade para isentá-la de culpa . Isso cabe à perícia. Um irmão atravessou e outro vinha logo atrás? A alta velocidade é cega! Nos países desenvolvidos está comprovado que o uso de faróis durante o dia, principalmente fora do perímetro urbano, faz com que distâncias e velocidades sejam melhor avaliadas por pedestres ou motoristas. Essa prática evita muitas mortes, ou seja por atropelamento ou seja por choque entre veículos. O Brasil, que pena, está sempre um passo atrás. Note, ainda, que. em caso de acidente, a remoção da vítima por pessoa não qualificada, agrava a situação da vítima podendo, inclusive, provocar a sua morte. Ó Brasil, quantos passos atrás!

11:54 AM  
Blogger blogpituxo43 said...

Muda-se de alho para bugalho tal como o vento passa pela testa!

11:55 AM  
Blogger blogpituxo43 said...

Este é um artigo interessante, muito bem escrito pelo jornalista Eduardo Fonseca. ele está de parabéns!

O idioma brasileiro

No Brasil dos paradoxos, acontecem coisas que a mais fértil imaginação não teria condição de acreditar. O retrato da identidade nacional é composto por um branco, um índio e um negro e, obviamente, falamos um idioma formado por palavras oriundas destas três fontes lingüísticas. No entanto, temos a coragem de dizer que "no Brasil, fala-se o português". Ledo engano. No Brasil fala-se um idioma que só se fala no Brasil e em nenhum lugar mais. Aliás, somos a única ex-colônia portuguesa que não fala com sotaque português. E isto deve-se à influência da língua tupi ou seja, o nheengatú - ou, como quer o presidente, ao "nhen,nhen,nhen". Esta espinha dorsal lingüística brasileira está um tanto desbotada diante de tantas "lavagens culturais" à que foi submetida ultimamente pelos estrangeirismos que empesteiam o nosso idioma.

A língua portuguesa original trazida para o Brasil continha 140 mil verbetes ou palavras. O português, esta "língua de marinheiro", contém hoje 260 mil verbetes, fato que o torna a mais rica língua em sinonímica do mundo. Os 120 mil verbetes excedentes em nosso idioma falado, ficam por conta das culturas africanas e tupi-guarani. Portanto, a tão alardeada "unificação ortográfica e gramatical" torna-se impossível a partir da própria conseqüência lingüística que este idioma adquiriu no Brasil. Isto porque, o significado de milhares de palavras oriundas da língua tupi e falados diariamente, são completamente desconhecidos por todos indistintamente. Isto sem mencionarmos obviamente, a contribuição lingüística africana.

As três línguas que formam o idioma brasílico têm um sentido e uma objetividade declaradamente importante: O africano nos deu verbetes com os quais nos expressamos na forma espiritual, culinária, lazer, gíria e glotologias - Ex: Bunda, Xodó, Bizú, Gogó, Tijolo, Zureta, Muvuca, Mumunha, Maluco, Garfo e por aí vai aos milhares também. O Tupi nos deu verbetes que nos permitem ir e vir no real sentido locativo e toponímico. O Português nos deu verbetes que nos fornecem condições jurídicas, políticas e didáticas. Tornar-se-ia impossível a um brasileiro fazer tudo que faz diariamente usando apenas o recurso da língua portuguesa. Daí que....


É IMPOSSÍVEL UMA UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA COM OS DEMAIS PAÍSES DE "LÍNGUA PORTUGUESA"!


Corrigir a injustiça histórica secular para com a cultura ameríndia brasílica, origem da formação nacional e espírito latente de insubmissão à dominação estrangeira, deve ser o objetivo de todos aqueles que lidam com a Educação e Cultura deste país e que tenham um pouco de amor ao verde e amarelo. Devemos propiciar aos milhões de brasileiros que diariamente expressam-se na língua tupi, a oportunidade de saberem o significado dessas palavras e, sabendo-o, terem condições de conhecer a história da grande nação Tupi, fato que gerará o inevitável espírito nacionalista e a responsabilidade em sua preservação. A conseqüência imediata desta providência será a expansão para além das nossas fronteiras da verdadeira epopéia da estruturação brasileira, permitindo ainda que as demais nações, por intermédio dos milhares de turistas que pisam o território nacional, saibam, em seu próprio idioma, o significado dos nomes e palavras tão comuns nos logradouros públicos, locais e cidades mundialmente famosas, e, cujos nomes em língua Tupi, até a presente data, não têm tradução literal e significação, uma vez que os próprios brasileiros não o sabem. E apenas para informação, longe de ser alguma língua morta e sem origem, o tupi ou nhengatú possui uma gramática expositiva dividida em quatro partes exatamente como a língua portuguesa: Fonologia - Morfologia - Taxinomia e Sintaxe.

Estamos diante, portanto, de uma prova que os milhares de nomes toponímicos que descrevem e definem lugares, cidades, praças, ruas, produtos, objetos ou fenômenos da terra, não foram jogados ao vento "por um caboclo brejeiro qualquer" como quer a explicação até hoje passada nas escolas do país, mas sim, fazem parte do aspecto topográfico local, traduzido pelo idioma brasílico, genuíno irmão lingüístico do português. Se observarmos apenas algumas das palavras que falamos diariamente, já teremos uma pequena idéia da nossa ignorância e a conseqüente responsabilidade para com o futuro: Jacarepaguá, é Lago do Jacaré - Andaraí, é Água do morcego - Aracaju, é Tempo de Caju - Tijuca, é barro mola - Pará, é mar - Paraná, é rio afluente - Paraguai, é rio do papagaio - Paraíba, é rio ruivo ou encachoeirado - Pirapora, é peixe que salta - Pindorama, é país das palmeiras - Sergipe, é rio dos siris - Goiás, é gente da mesma raça - Piratininga, é seca peixe - Curitiba, é barro branco - Mogi-Mirim, é riacho das cobras - Carioca, é casa de branco - Anhangabaú, é buraco do diabo e Ipanema, é água suja.

Estas são apenas algumas das milhares de palavras do idioma tupi faladas e escritas diariamente e que, identificando locais e cidades nacional e internacionalmente conhecidas, fazem parte do nosso vocabulário diário, porém as suas traduções ou significados são desconhecidos por todos. Os padres jesuítas José de Anchieta e Nóbrega dedicaram suas vidas aos estudos e codificação da língua tupi-guarani, seus usos, costumes, história e origem antropológica desta grande nação cujo sangue corre em nossas veias, direta ou indiretamente. Centenas de outros jesuítas sucederam aos pioneiros na continuidade deste trabalho, legando-nos verdadeiros tratados acerca de tal assunto, vez que, já àquela época, previam a necessidade das futuras gerações acerca do conhecimento da língua brasílica que faria parte da nossa existência como nação. Mas a leviandade, o preconceito e o racismo de alguns "intelectualóides de beira de jardim" que se revezaram durante anos no controle da educação e cultura, desprezaria por completo o trabalho destes jesuítas, preferindo dar cunho oficial aos anglicanismos, galicismos e estrangeirismos que corroem o nosso idioma e alteram o nosso comportamento.

De tal maneira desafiaram o conceito de nação que hoje, nas faculdades, ninguém sabe gramática portuguesa e muito menos gramática tupi-guarani. E só para exemplificar aí vai um texto que prova a importância da cultura indígena na nossa vida:

"Aí, o presidente Fernando Henrique Cardoso saiu do palácio às margens do Lago do Paranoá, observou uma Siriema que ciscava no palácio do Jaburu, chegou ao seu gabinete sendo recebido pelo mordomo Peri, lembrou a um assessor sobre as comemorações da Batalha do Humaitá, convocou o ministro do Itamaraty e o governador do Goiás, que visitava seu colega no palácio do Buriti, e, uma vez juntos, tomaram um suco de Maracujá, comentaram sobre as reformas do estádio do Maracanã e as recentes obras no vale do Anhangabaú, riram de um antigo comentário do Barão de Itararé sobre obras públicas, e, abrindo uma agenda de pele de Jacaré, passaram, a decidir sobre o carvão de Criciúma, os suínos de Chapecó e a safra de arroz de Unaí." - Viram, falaram, beberam e escreveram em tupi e não se aperceberam disto. O embaraço maior, seria se tivessem que traduzir todas estas palavras para o chanceler francês que visitava o Brasil.

E já que é assim, por que não inserir em todas as placas de ruas, praças, avenidas, estradas, rodovias, monumentos e locais cujos nomes sejam originalmente em língua tupi, o significado em português, o qual, via de regra, poderá ser traduzido para qualquer idioma estrangeiro ? - E por que não explicar nas escolas primárias e secundárias esta fusão da língua portuguesa com a língua tupi-guarani e seus fenômenos toponímicos e gramaticais usados no cotidiano desde a tenra idade ? - Achamos esta saída ideal para um problema que tem gerado situações embaraçosas para brasileiros no exterior, quando alguém pergunta o significado da palavra Ipanema ou, dentro do seu próprio país, quando um filho ou uma filha pergunta: "...papai, o que quer dizer Carioca ?" - Diante do desconhecimento total por parte dos brasileiros acerca desta cultura e herança, corremos os risco de permitir que as gerações futuras pensem que tais palavras, hábitos e costumes, fazem parte da cultura e língua portuguesa, porém, sem significado e explicação. É o máximo !

E, caso algum especialista em educação e cultura ache que é possível viver sem esta influência lingüística, poderá começar por retirar todas as palavras da língua tupi do nosso vocabulário. Inicialmente, terá que trocar o nome de dez estados e sete capitais brasileiras, cujos nomes são em tupi. Depois trocar os nomes de centenas de municípios, milhões de ruas, praças, avenidas, estradas, rodovias e localidades topográficas cujos nomes também são originários da língua tupi. E finalmente, terá que mudar milhares de nomes próprios e palavras comuns do nosso dia-a-dia, as quais são verbetes da língua tupi. Aí verá que a comunicação e a locomoção tornar-se-ão impossíveis.

E já que esta terra era propriedade de uma raça tão importante que mesmo dizimada nos legou um tratado lingüístico e antropológico de beleza impar, nada melhor do que repetir a célebre frase de Aimberê, o cacique-comandante da Confederação dos Tamoios no Rio de Janeiro: "Nhandê Coive Ore Retama!" - Esta terra, é nossa ! - E é, por esta razão que me considero um legítimo Tupinambá...porque no Brasil, TODO DIA, É DIA DE ÍNDIO !

Eduardo Fonseca - Jornalista e Escritor

12:00 PM  

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