pituxomania43

Saturday, April 12, 2014

ENDEREÇOS





VANDERLUCIO

CEL-CONCEPCIÓN

00XX595-983979401
TRABALHO CONSULADO
00595-331242655




GISNO

Sra. Eugenia ( 06/09/2011)
Adelso

Telefone 61-3901-7519


Rodrigo Ladislau

61-8112-5087

 
www.gastrosophia.com



POUSADA 4 CRESCENTE - TRANCOSO

VERIFICAR ENDEREÇO





Wednesday, May 22, 2013

IDA A BSB APR/MAY 2013



FATOS E ATOS

Ida a BSB em apr/may 2013

Reestabelece contato com Edelvira


Serralheiro - empresa que faz a manutenção do portão atual (CENTRAL)

valor do orçamento R$ 5,400.00

Motor para portão
DZ 4 - ROSSI
DZ-3  = R$ 550,00
DZ-4 = R$ 720.00


Portão deslizante

Priscila

3408-1919
3569-9664
9249-9392

MeuCel 8514-7779-OI

Recarregar até 2013



Armarios - Orçamento Geilson - Paranoá

Quarto: 2.970
Área de Serviço: 1.768

P-Brasil
Gilmar
3585-1212
3234-7281
preço: 28,80 x 70  = ??  ( x 2 )
Bloquete Pavi´S


AMIL

Leila
61-8172-4009
Blue-500
3032-7778
4101-9886 - Leila

Saturday, April 06, 2013

TEMPEROS GOURMET



LISTAGEM
(criado: 6-4-2013)


ALECRIM / ESP. ROMERO / ING. ROSMARIN

COMINHO / ESP. COMINO

CRAVO DA ÍNDIA / ESP. CRAVO DE OLOR


CANELA EM PÓ / ING. CINNAMON POWDER
CANELA EM PAU / CINNAMON STICK)

PIMENTA DO REINO (PÓ)

ALHO MOÍDO (ESP. AJO MOLIDO)
ALHO MOÍDO (TORRADO)

GENJIBRE (EM PÓ) / ING. GINGER

ANÍS ESTRELADO (ESP. ANIS ESTRELLA / ING. ANIS CHINA STAR))

CURRY (INDIA)

LOCOTO (EM PÓ)
LOCOTO DESIDRATADO (SECO)

CORAÇÃO DE PINHÃO / ESP.  CORACIÓN DE PIÑOLES / ING. PINE NUTS

ERVA DOCE

CURCUMA / ESP.  PALILLO

LOURO / ING. LAUREL

CARDAMOMO

AMACIADOR DE CARNE

COENTRO EM SEMENTE / ESP. CILANTRO
COENTRO TRITURADO

CHILI PICANTE
CHILI PICANTE MIX

ESTRAGÃO / ESP. ESTRAGON

PIMENTA JAMAÍCA

GLUTAMATO
(AJI-NO-MOTO)

PAPRICA DOCE (PIMENTON)

PIMENTA CALABRESA

ORÉGANO

NÓZ MOSCADA

 TOMILHO

MAIZENA ( ESP. FÉCULA DE MAÍZ / ING. CORN STARCH)

ÓLEO DE PEQUI

AZEITE BALSÂMICO / ITAL. ACETO BALSAMICO

AZEITE DE SESAMO / ING. SESAME OIL (VARIÇÃO: HOT SESAME OIL)

PIMENTA DOCE / ESP. PIMIENTA DULCE

COLORAL EM PÓ/ URUCUM  EM PÓ/ ESP. COLORANTE ROJO

PIMENTA AMARELA ( TÍPICA DO PERÚ) AJI AMARILLO



AMENDÔAS / ESP. ALMENDRAS ESPAÑOLAS)



Estoque em casa em 6-4-2013:

tomilho fresco (desidratado na geladeira)

pistachio salgado
extrato puro de vanila ( ing. pure vanilla extract - USA - Hunt Valley - McCormick)
anis estrelado / esp. anis estrella / ing. anis china star
coentro em sementes / esp. comino
cominho em pó / esp. comino
cardamomo
açafrão / ing. açafron
locoto em pó
cravo da índia em pó / esp. clavo de olor en polvo
aji-no-moto
pimentão vermelho / esp. aji colorado
fenu greek
pimenta jamaica (semente)
curcuma
curry powder (indiano)
alho em pó / esp. ajo en polvo
coentro em pó / esp. culantro-cilantro/ eing. coriander
amaciado de carne ( nitrado sodio papina /extratode papaína, uma das composições)
pimenta rosa / esp. pimienta roja
jengibre em pó / ing. ginger in powder
anis estrlado / esp. anis estrella
chili picante (triturado)
pimentão amarelo em pó / esp. aji amarillo en polvo (especialidade peruana)
canela em pó / esp. canela en polvo / ing. cinnamon powder
pimentão moído / esp. pimenton en polvo / ing. paprika en powder
pimenta branca em pó
estragão / estragon



















Friday, March 15, 2013

DIVERSOS - 2013





FAUNA

Criadero San Paulo
http//www.veterinaria.org/revista/redvet/n090906.html
mirabolivia.com/animales.htm
Nota: 15/3/2013



Saturday, March 09, 2013

GASTRONOMIA - Santa Cruz/Bolívia



TIPS

DESFRUTE


Santa Cruz de la Sierra


STONE HOUSE

Inaugurada em princípios de março/2013

Horários:


A la carte
11:30 às 14
19 às 23

Bufê americano

23 às 3

Endereço: Calle 24 de Septiembre # 653


YORIMICHI

Culinária janponesa

Av. Busch # 548 ( entre 1o. e 2o. Anillo)

Os seus pratos em nada me lembra as comidas que saboreei em minhas diversas idas à Toquio. A comida é boa mas é adaptada para os gostos ocidentalizados. Comida japonesa autêntica s´no Japão! Não há dúvida, não é mesmo?

MONTREAL STEAK HOUSE

(Frente ao Salon Conquistador de Los Tajibos)

 Pratos internacionais ( No Canadá não existe pratos típicos? Com exceção do Beaver Tail, que discuti-se que é uma cópia fiel do Elephant Ear americano)

CHALET LA SUISSE

Calle Los Gomeros # 98 - Zona do Sirani

Afamado como único 5 estrelas da Bolívia! Será?

Dentre outros em mais de uma ocasião, pedi um prato de llama com molho de tomillo ( só senti o gosto do tomillo!!!)

TANTA

Calle Andrés Manso, esquina Monseñor Santistevan

O cebiche é o melhor de Santa Cruz

 MICHELANGELO

Calle Manuel Ignacio Salvatierra, esq. Chuquisaca

( lugar  onde saboreei o pior fetuchine à Alfredo de toda a minha existência, o serviço é péssimo - não recomendo "a nadia" )


LOS TAJIBOS

Pratos a la carte (preços variados) e bufê americano (Bs. 100.00) - 1 copo de suco = Bs. 12.00

(No Jardim Asia de  "Los Tajibos", no inverno, nunca passei tanto frio - jurei nunca mais voltar, pelo menos em dia de intenso frio!)


EL TAJ MAHAL

Comida indiana

prato  recomendação pelo El Deber: Murgh Tikka (regional: Bombái / Munbei/Bombaín)
bebidas: coquetel kamasutra (composto por gin, singani, blue curaçao, cointreau, cachaça, grand marnier, cognac y malibú)


Calle Bumberque # 365 ( atrás del circulo Aeronautico)
Atención:
lun a dom, 12:00 a 15:00 y 19:00 a 23:00









BOLÍVIA - INFORMAÇÕES ÚTEIS





ESTUDANTES



São as histórias de milhares de estudantes brasileiros que buscam em faculdades de países vizinhos a realização de um sonho: virar médico. Eles sofrem com a distância das famílias, com a falta de dinheiro e de conforto. Quando voltam ao Brasil, formados, ainda têm que enfrentar mais um drama. A reportagem é de Eduardo Faustini.

Na classe de uma faculdade de medicina na Bolívia em dia de prova, apenas um aluno era boliviano. Todos os outros eram brasileiros.

“Só na minha faculdade, podemos falar em seis mil estudantes brasileiros em Cochabamba, Santa Cruz e Cobija”, afirma o vice-reitor da Universidad Técnica Cosmos (Unitepc), José Teddy.
SAIBA MAIS
Por que tanta gente está estudando medicina fora do Brasil? A resposta está na ponta da língua de todo aluno. “É bem mais fácil, a gente não tem vestibular”, declara Michel Mendonça, estudante sul-mato-grossense. “A gente vai pagar, mais ou menos, seis vezes menos do que se pagaria no Brasil”, afirma Pedro Adler, esutdante acreano.

As mensalidades dos cursos de medicina privados no Brasil variam de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. Em uma faculdade de Cobija, fronteira da Bolívia com o Brasil, custa pouco mais de R$ 500.

“Meus pais não têm condições financeiras de pagar e nem para me ajudar. Se eu tivesse condições, provavelmente eu estaria fazendo no Brasil. Eu sempre quis fazer medicina, acho que desde que eu me entendo por gente. Então, eu decidi vir para cá”, conta Antônia Maria Cândido, estudante acreana.

Para se manter em Brasiléia, no Acre, a poucos quilômetros da faculdade boliviana, Antônia trabalha como manicure e garçonete.

O Brasil é o segundo país com maior número de escolas de medicina, só perde para a Índia. No Brasil, são 180 faculdades de medicina, todas com vestibular.

“Eu tive que estudar por conta própria. Passei em algumas faculdades lá, mas não em medicina. Por isso, eu me arrisquei tudo vindo aqui”, diz Anderson Figueiredo, estudante carioca.

Anderson saiu do Rio para estudar medicina e morar em um em Cobija, na Bolívia. “Não fico muito aqui, porque é apertado e quente. É horrível ficar muito tempo aqui. Não tem uma cozinha, não posso te oferecer uma água, porque a água é quente. Então, eu tento passar o máximo de tempo na faculdade”, conta. “Fiquei dois dias com bala de hortelã no estômago. Não tinha dinheiro para o almoço, nem para o lanche. Espero que eu consiga continuar”.

No Brasil, medicina costuma ser o curso mais caro nas universidades e, muitas vezes, o mais concorrido.

“Eu tinha vontade de ser médico. Era um sonho, mas não tinha condições, porque meu estudo foi muito fraco. E uma faculdade particular, eu não tenho condições de pagar. Eu trabalho na área de saúde desde os meus 18 anos. Eu ingressei através da minha mãe que é auxiliar de enfermagem, que me colocou cedo na área de saúde. Comecei a trabalhar cuidando de idoso”, conta Lucas Rodrigues, estudante mineiro.

Lucas divide a casa em Brasiléia e o sonho de virar médico com a prima e namorada Naruanna Cristina Rodrigues, também de Minas Gerais. “A gente se arruma, vai para a faculdade, volta a pé no sol quente, e estuda bastante”, diz a jovem.

“Minha mãe trabalha para me passar o dinheiro todo mês, e eu estou aqui correndo atrás. Hoje, minha mãe está trabalhando 36 horas seguidas”, revela Lucas.

“Eu saio daqui às 7h, trabalho 12 horas. Saio de um trabalho, vou para outro e trabalho mais 12 horas. Aí, retorno para o outro do dia para trabalhar mais 12. Hora nenhuma, eu me sinto abatida, com medo, de nada. Eu vou dar conta até ele se formar”, afirma Maria José Rodrigues, mãe de Lucas.

Todo o dinheiro que a mãe de Lucas ganha cuidando de idosos, em Uberlândia, Minas Gerais, ela manda para o filho. “Eu não mexo no meu salário, não posso, não compro um pão com ele”, diz Maria José.

Para seu sustento, sobra o rendimento da venda de balas de coco. “Eu faço de seis a oito quilos por noite. Noite sim, noite não, fazendo bala de coco gelada. Ainda bem que é bem aceita. Você faz e vende tudo, é uma beleza, ajuda muito no orçamento”, conta a mãe do estudante.

O dinheiro para Naruanna vem das aves ornamentais que seus pais criam no quintal para vender. Eles também fazem de tudo para ajudar a filha.

Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Se precisar vender a casa e o carro, a gente vende.
Naruanna Cristina Rodrigues: A minha mãe até escreveu umas cartas para o Lula, contando nossas dificuldades.
Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Aí entrou a Dilma, e eu continuei escrevendo para a Dilma. Expliquei a dificuldade que eles estavam passando lá, que estava sendo muito difícil, o calor que eles estavam enfrentando, o dinheiro, a situação financeira.

“A gente fala 'o Lucas está passando dificuldade, está passando necessidade'. Eu tenho tanta vontade de me formar, de me tornar médico, que eu não vejo por esse lado. O que me deixa mais inseguro é saber: amanhã, se eu formar na Bolívia, qual que vai ser minha aceitação no Brasil?”, comenta Lucas.

Ter um diploma estrangeiro de médico não dá o direito de exercer a profissão no Brasil. Não importa se o curso foi na Bolívia ou na Suíça, é preciso passar por uma revalidação de diploma, um processo longo, difícil e caro.

“Tem prova, viagem, o que eu estou gastando com advogado que está assessorando, que tem um valor, o valor da faculdade, o valor da moradia aqui”, declara André de Almeida, formado no Paraguai. “Eu acho que chegaria em torno de uns R$ 100 mil”, diz Guilherme Junqueira Santos, formado em Cuba. “Já tem quatro anos que eu estou tentando isso”, declara Cíntia Brandão Freire, formada na Argentina.

Em uma faculdade particular, em Caratinga, Minas Gerais, os recém-formados fazem um curso de complementação, de aulas que não tiveram no exterior. Há ainda as provas que, pelas regras atuais, só podem ser dadas por universidades federais. O índice de aprovação costuma ser baixíssimo. Em quatro federais que recentemente receberam entre 200 e 400 inscritos cada, nenhum foi aprovado. Na Federal de Minas Gerais, no ano passado, de 100 inscritos, apenas 11 conseguiram passar na prova.

“Eu já fiz a prova várias vezes. E, muitas vezes, foram injustas as provas”, critica Cintia. “As provas têm um caráter, um nível superior ao de um graduando. São provas para especialistas. Eu acho injusto o processo de revalidação de diploma no Brasil”, aponta Diógenes Freire, formado na Bolívia.

Com o número de formados fora do Brasil aumentando e, junto com ele, as reclamações de que o sistema de revalidação dos diplomas é injusto, o governo decidiu fazer uma prova em Brasília no ano passado. Mas, novamente, houve reprovação em massa: 628 inscritos e apenas dois aprovados.

“O número alto de reprovações se deveu a dois motivos. Em primeiro lugar, candidatos que tinham um preparo inadequado, e em segundo lugar houve um exagero na nota de corte, na nota mínima para a aprovação”, comenta o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.

Para este ano, o governo promete a implantação de um novo sistema: uma prova única, aplicada em vários pontos do Brasil. “Ele vai ter um nível adequado para a avaliação se o médico tem condição de atender à população. Existem médicos que vêm do exterior com uma formação muito boa e médicos com uma formação muito fraca”, afirma o secretário do Ministério da Saúde.

“Tem que ter um critério de avaliação, porque nós fomos lá fora e eles não sabem o que nós demos lá. Eu sei, mas as pessoas não sabem”, diz Lindalva Lacerda Lessa, formada na Bolívia.

O doutor Edson Braga Rodrigues se formou na Bolívia. “Passei dois anos, praticamente dois anos sem CRM, sem poder exercer porque não tinha CRM”, conta.

Ele fez a prova de revalidação em três universidades federais e passou na última. Hoje, é diretor clínico do Hospital de Brasiléia. “Eu acredito que a formação depende de cada um. A oportunidade dos jovens mais carentes terem uma formação em medicina é essa, é procurar as faculdades da América Latina. O meu caso é um. Eu não teria condições de me formar no Brasil”, revela Dr. Edson.

“A gente foi formado para ajudar o próximo. Nós estamos na medicina, que nos fez ir para outro país distante, para ajudar o próximo. A gente quer somente isso, não quer coisa de outro mundo, quer trabalhar”, declara Diógenes.

Só com o diploma revalidado, é possível conseguir o CRM, o registro em um dos conselhos regionais de medicina, que permite o exercício da profissão no Brasil.

“Quando você está estudando, tudo é um sonho, tudo é alegria, tudo é bonito. Você está estudando medicina”, afirma um homem, formado em medicina na Bolívia, que tenta há dois anos revalidar seu diploma. Para pagar os custos das várias tentativas, dá plantões em hospitais no interior da Bahia, clandestinamente.

“Geralmente são plantões de fim de semana. Você vai trabalhar naquela cidade. Amanhã, já vai para outra cidade. O preço é o que eles pagam. Se normalmente é R$ 1 mil de um médico que tem CRM. Para os médicos sem CRM, é em torno de R$ 500”, diz o homem.

Ele trabalha para empresas que se definem como cooperativas e oferecem mão-de-obra médica aos hospitais. “Se der qualquer problema com pacientes, se der qualquer problema jurídico, o que a cooperativa diz é que não sabia que você não tinha CRM. Ou seja, lava as mãos. Mas ela sabe”, afirma.

Para assinar receitas, atestados, o homem usa um CRM falso. “Você entra no site do Conselho Regional de Medicina, você vai procurar um médico que tenha mais ou menos a sua idade. Esse é o grande problema, porque você pode ser preso, primeiro, por ser falso médico, e segundo por falsidade ideológica”, declara.

Nos últimos anos, a polícia prendeu médicos sem CRM nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

No início do ano passado, Edilson Bezerra da Silva, de 29 anos, foi preso no pronto-socorro de Ponta Grossa, no Paraná. Com diploma boliviano, ele usava o CRM de um médico de Curitiba. “Ele está respondendo pelo exercício ilegal da medicina e pela falsidade ideológica”, declarou o delegado Jairo Luiz Duarte Camargo.

O dono da empresa que ofereceu o serviço do falso médico para o hospital também foi preso. Hoje, os dois estão soltos, mas respondem a processo na Justiça.

O Brasil tem 347 mil médicos e forma 13 mil novos por ano. “O governo brasileiro considera que o número de médicos existente no Brasil é inadequado. Existe a necessidade de formar mais médicos, só que esses médicos têm que ser formados com qualidade, com responsabilidade”, afirma o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.

O Conselho Federal de Medicina discorda, acha que o Brasil já tem médicos suficientes. “O que nós temos não é falta de médico. Nós entendemos que existe uma distribuição inadequada”, declara o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Correa Lima.

Enquanto na cidade de São Paulo, existe um médico para cada 240 habitantes, no Acre, há um para cada 980, uma média comparável a países africanos.

Para fazer medicina na Bolívia, Nadjele Ferreira dos Santos e Raíssa Mendes Miranda deixaram as famílias em Nova Mamoré, no interior de Rondônia. O pai de Nadjele é açougueiro, o de Raíssa, taxista.

Foi com muita relutância que Hamilton deixou Raíssa ir para outro país com 17 anos. “Vou completar 18 anos aqui, sozinha, longe de casa. É difícil, mas para realizar um sonho a gente faz qualquer coisa”, diz a estudante acreana.

“Eu tenho que levantar às 5h, saio de carro e não sei que a horas chego, porque eu pago prestação de carro, eu pago a faculdade dela, despesa de casa e não tenho outra renda”, declara Hamilton Mendes, pai de Raíssa.

Quando formadas, as duas amigas querem trabalhar em Nova Mamoré. “todos os pais têm um sonho de ver o filho formado. Meu sonho é fazer pediatria”, revela a estudante Nadjele.

“Aqui não tem esse tipo de médico. Falta tudo. Ontem mesmo, um menino meu ficou meio doente, e nós levamos no pronto-socorro, não tinha nenhum médico ali. Aí eu lembrei, minha menina está no caminho certo”, declara Valdir Santos, pai de Nadjele.

“Eu tenho um sonho de ser geriatra, para trabalhar cuidar de idoso”, afirma Lucas. “No meu consultório, vai ter uma plaquinha: dona Naruanna Cristina Rodrigues e doutor Lucas Rodrigues”, aponta Naruanna. “O Lucas vai ser médico, toda vida eu soube disso”, declara a mãe do estudante.

Para o carioca Anderson, o sonho de ser médico acabou. Há dez dias, ele voltou para o Brasil. “O que mais me fez desistir é que eu sei que quando sair dali a luta vai continuar maior para conseguir exercer no Brasil”, revela.

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SANTA TEREZINHA DE ITAIPU

Ônibus com 40 bolivianos é interceptado

07/10/2010 - 15:28h
Editor: Liliane Dias
Repórter: Dante Quadra

A Polícia Rodoviária Federal interceptou ontem (6), no posto de fiscalização de Santa Terezinha de Itaipu, na BR 277, um ônibus com cerca de 40 bolivianos, sendo adultos e crianças. Todos tinham cartões de autorização de entrada e saída do Brasil, mas a polícia desconfiou da veracidade do carimbo da Polícia Federal.
Eles foram trazidos à delegacia da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, onde a falsificação foi confirmada. Segundo o delegado da PF de Foz, Gabriel Pucci, os estrangeiros informaram que iriam para a cidade de São Paulo, para trabalhar irregularmente. "Eles estavam vindo para o Brasil onde iriam trabalhar com confecções", Informou.
O delegado informou que essas pessoas compravam um pacote fechado de viajem na Bolívia, com destino à cidade paulista. O valor cobrado para essa viaje era de 250 a 300 dólares. "Quando atravessavam a fronteira, eles passavam para carros menores e se hospedavam em hotéis com situação bem degradante", disse Pucci. Em um único quarto, com apenas uma cama, ficavam 10 pessoas, mais as crianças.
Os bolivianos foram deportados do Brasil, já o motorista e o responsável pela empresa de transporte responderão por internação clandestina de estrangeiro e pela falsificação dos carimbos da Polícia Federal do Brasil.
O delegado informou que essas pessoas compravam um pacote fechado de viajem na Bolívia, com destino à cidade paulista. O valor cobrado para essa viaje era de 250 a 300 dólares. "Quando atravessavam a fronteira, eles passavam para carros menores e se hospedavam em hotéis com situação bem degradante", disse Pucci. Em um único quarto, com apenas uma cama, ficavam 10 pessoas, mais as crianças.
Os bolivianos foram deportados do Brasil, já o motorista e o responsável pela empresa de transporte responderão por internação clandestina de estrangeiro e pela falsificação dos carimbos da Polícia Federal do Brasil.

Atenção
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Para a reprodução de conteúdo fora das condições especificadas entrar em contato com o seguinte e-mail: cultura820am@gmail.com
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18/12/2007 - 22:34

Vida difícil de bolivianos vai muito além da exploração no trabalho

Condições pesadas impostas nas oficinas de costura são apenas uma das faces do cotidiano severo enfrentado pelos migrantes bolivianos que deixaram a sua patria-mãe em busca de uma vida melhor em território brasileiro
Por Beatriz Camargo e Maurício Hashizume
Bolivianos trabalhando sem garantias sociais e recebendo menos que outros trabalhadores. Na região central da cidade de São Paulo, onde proliferam oficinas de costura, esta descrição não seria uma novidade. Não é de hoje que muitos migrantes deixam a Bolívia para enfrentar a dura rotina no comando de máquinas de costura confinadas em cômodos acanhados nos bairros do Bom Retiro, do Pari, da Mooca, do Brás, do Canindé...
Nesta terça-feira (18), data em que se comemora o Dia Internacional do Imigrante, o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Santa Catarina anunciou a assinatura de um termo de compromisso com a empresa KB Bordados, depois da denúncia de que trabalhadores bolivianos estavam sendo explorados e discriminados na confecção da região de Indaial (SC).
Com base em artigos da Convenção 143 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Declaração Sócio-Laboral do Mercosul, o procurador Marcelo D´Ambroso elaborou as bases do termo que visa garantir tratamento igual para trabalhadores brasileiros e estrangeiros, garantindo os direitos dos bolivianos. Se o acordo não for cumprido, a empresa terá de pagar multa de R$ 300 mil por infração e por trabalhador encontrado em situação irregular, reversível ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD).
"Os bolivianos estão sendo empregados também na região de produção têxtil do Vale do Itajaí. Isso pode ser uma tendência e precisa ser investigado", relata Marcelo, que busca diferenciar bem casos de estrangeiros sem documentos no Brasil - que seria uma questão da Polícia Federal (PF) - da situação de quem vem ao Brasil e trabalha regularmente. "Se ela vem ao Brasil e é vítima, a maior falta é da empresa, que deveria dar suporte", avalia.
O acompanhamento cotidiano da vida dessas pessoas no Brasil mostra, porém, que a vida difícil dos bolivianos vai muito além do trabalho. Filha de pai e mãe que vieram da Bolívia nos anos 60, a advogada Ruth Camacho atende gente dos países vizinhos há anos na Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro da Liberdade, junto ao Centro Pastoral do Migrante (CPM). As orientações se dividem basicamente em três assuntos: problemas com documentação, questões relacionadas a trabalho (muitos casos de não recebimento pelo trabalho nas oficinas de costura) e casos de violência doméstica.
"No Brasil, a mulher está sendo orientada a buscar seus direitos pela Lei Maria da Penha [que facilita denúncias, dá maior proteção a vítimas e aumenta a punição dos agressores] e a questão já é difícil. Imagine a situação da mulher que não tem documento, não tem nada, e está em situação de trabalho irregular", relata Ruth. A violência ocorre com mulheres dentro de casa e chega até as crianças filhas de migrantes, em especial no ambiente escolar. "Muito embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diga que nenhuma criança pode ficar fora da escola, a falta de informação faz com que a escola não aceite as crianças. Muitas se formam e não recebem diploma".
Outros dois casos colhidos em entrevistas por Juliana Lago, da Associação Humanista, que vem organizando debates sobre a situação dos bolivianos no Brasil, mostram que a questão extravasa a exploração no trabalho. Uma mãe de família boliviana que trabalhou mais de um ano nas confecções paulistanas disse que decidiu deixar o Brasil porque seu filho adolescente apanhava todos os dias no colégio. Juliana também ouviu o relato de um médico que atendeu bolivianos que recebem o primeiro atendimento no posto de saúde, mas desistem de fazer os devidos exames porque ficam com medo de fornecer dados básicos (como o nome e endereço) e correr o risco de deportação.
Todo esse conjunto de problemas está relacionado principalmente com a questão da documentação, primeiro passo para a garantia de direitos básicos. "Sem documento, o migrante não consegue fazer nada: nem preservar direitos como trabalhador, nem como cidadão", destaca a advogada Ruth. Na entrada, são concedidos vistos de turista com 90 dias de validade, que podem ser prorrogado por mais 90 dias. Vencido esse prazo, a situação se torna irregular. Há também aqueles que entram sem nenhum tipo de documento ou visto.
Em 2005 foi promulgado o Acordo entre Brasil e Bolívia sobre "Facilitação para o Ingresso e Trânsito de seus Nacionais em seus Territórios", que estabelece a concessão de vistos de permanência aos bolivianos que chegaram ao Brasil até agosto de 2005. "Em vez de vistos permanentes, estão sendo concedidos vistos provisórios de dois anos [que precisariam ser renovados mais uma vez por outra autorização provisória de mais dois anos para só então serem substituídos por vistos permanentes]. Os primeiros migrantes que conseguiram esses vistos já estão prorrogando por mais dois anos", conta Ruth.
As cobranças de taxas e de multas - que podem chegar a R$ 848,00 - quando da renovação são outro problema citado pela advogada. "Para quem ganha centavos por peça trabalhada, pagar isso tudo é muito difícil", analisa Ruth. E além das taxas, quem pede visto precisa de uma série de documentos (certidão de nascimento/casamento, antecedentes criminais, etc.) e de comprovantes de remuneração. Muitos bolivianos trabalham em confecções ou são autônomos e não têm como comprovar renda. A PF exige holerite ou um atestado concedido por contadores. "Muitos bolivianos estão sendo vítimas de golpes de contadores que estão fazendo comprovantes falsos".
A necessidade de uma regularização mais ampla é prioridade máxima, de acordo com quem atende estrangeiros que vivem no Brasil. "Há cerca de 100 mil bolivianos em São Paulo, dos quais cerca de 20 mil estão se regularizando pelo Acordo Brasil-Bolívia. O numero é alto, mas ainda é pouca gente. Ou seja, o acordo propõe a facilitação dessa regularização, mas isso não está ocorrendo", coloca Ruth. "É uma pequena anistia cheia de condicionantes", sintetiza Roberval Freire, do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM).

O acordo para facilitação de trânsito não implicou em melhorias diretas das condições de vida desse grupo, admite Paulo Sérgio de Almeida, coordenador-geral do Conselho Nacional de Imigração (CNIg). "As formas de produção continuam as mesmas: oficinas clandestinas, jornadas longas e situação fragilizada", salienta Paulo Sérgio, do CNIg, ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "Por isso, o Ministério tomou a iniciativa de criar um grupo de trabalho para analisar e ver o que pode ser feito".

O ministro Carlos Lupi assinou portaria que cria o grupo que tem a missão de analisar e apresentar propostas para dar fim aos casos de submissão de estrangeiros a trabalho degradante ou análogo à escravidão no Brasil. O relatório conclusivo está sendo aguardado para o início de abril de 2008.

Grupos da sociedade civil - como a Associação Humanista, o Cami e o CPM - e a Organização Internacional para Migração (OIM) planejam a publicação de um "guia do imigrante", com informações sobre direitos e deveres, acesso a serviços relacionados à saúde e formas de procedimento em casos de violência. Também faz parte dos planos a confecção e distribuição de um panfleto específico com o propósito de combater a violência: contra as mulheres no ambiente doméstico, nos locais de trabalho e nas escolas.

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FRONTEIRA BRASIL/BOLÍVIA: HISTÓRIA, CULTURA E TURISMO NA INTEGRAÇÃO REGIONAL


Flávio Gatti
gatti@usp.br/ Doutorando em Geografia Humana-USP
Leodete Benedita de Souza Miranda e Silva
leodetemiranda@ig.com.br/ Doutoranda em Geografia Física-USP
Maria Aparecida Nunes
mariahnun@gmail.com/ Mestranda em Geografia-UFS
Rosangela Alves Sobrinho
rosangelamsc@gmail.com/ Mestra em Geografia-UFMT


Resumo

A atual área que compreende a fronteira entre o Estado de Mato Grosso/Brasil e o Departamento de Santa Cruz/Bolívia possuem aproximadamente 300 km de extensão, toda essa área é marcada por grande diversidade de paisagens, resultado de diferentes processos naturais e formas de ocupação, que trouxeram consigo a necessidade de sobrevivência de suas comunidades, gerando estruturas produtivas ditadas pelo contexto de sua formação territorial, pela sua dinâmica histórica sócio-cultural e pela imposição do desenvolvimento capitalista do atual mercado mundial. A conjuntura econômica é condicionante permanente do processo turístico, tanto em termos micro quanto macro econômicos. Assim, o turismo é a manifestação contínua da atividade produtiva, geradora de renda, que se acha submetida a todas as normas econômicas que atuam nos demais ramos e setores industriais ou de produção. Provoca também indiretamente repercussões econômicas em outras atividades produtivas através de efeito multiplicador. Entendido desta forma, turismo pode, além de campo de estudo a partir do comportamento do usuário, também apontar para inúmeros outros cenários de estudo e pesquisa. Certamente, pode ensejar compreensões diferentes, não apenas do processo do turismo, enquanto fenômeno de produção de consumo, hoje generalizado, como da elaboração do produto turístico. O fluxo de turistas através de fronteiras nacionais tem sido uma tendência econômica cada vez mais importante para grande parte da comunidade internacional, o que é, em parte, observado no fluxo de pessoas nas fronteiras de Brasil e Bolívia. O fato de situar-se no Brasil a única floresta tropical de grandes proporções, ainda remanescente no planeta, contribui significativamente para que se tenha esta preocupação como principal atributo dos planos governamentais de exploração turística. Na Bolívia, assim como todos os países onde existem regulamentos de uso racional de áreas preservadas, essas iniciativas decorrem, sobretudo da preocupação de comunidades locais e ONG’s, imediatamente envolvidas com a preservação e o uso de tais áreas. Neste sentido, apontamos para a discussão bilateral do turismo internacional, o que implica em um alto grau de comunicações e cooperação entre as nações com respeito a uma rede complexa de leis, regulamentações e políticas. Entendemos que os elementos fundamentais necessários para alavancar o turismo tanto no Brasil como na Bolívia são determinados em grande parte pelas ações políticas dos governos, já que o destino mais atrativo não terá qualquer resultado a menos que o país anfitrião possa negociar os acordos que possibilitarão que empreendedores, companhias aéreas, bancos e funcionários de serviços de imigração, entre outras, prestem serviços que trarão os turistas para a região. Ainda assim, necessita-se bem compreender a função econômica de uma atividade que, devidamente inserida, pode representar notáveis instrumentos para o desenvolvimento local ou regional. De igual modo, alguns aspectos sociais que decorrem da função econômica dessa atividade contribuem para redefinir serviços e redimensionar sua oferta, fazendo com que, de um modo dinâmico este seja um mercado em constante mutação. Podemos então enquadrar o turismo internacional como mecanismo adequado para a provisão de divisas, que incidirá favoravelmente nos movimentos da balança de pagamentos, desenvolvimento inter-setorial, devido ao efeito multiplicador do investimento, crescimento da demanda interna e receptiva, desenvolvimento e planejamento regional ou territorial, fator estimulador da capacidade empreendedora, bens e serviços, equipamentos turísticos, rendas para o setor público, – Estado e conseqüentemente a especificação da mão-de-obra demandada – sendo assim, a propulsora de elevação do nível de emprego entre os países que fazem parte do mercado comum. Diante desta dinâmica sócio-cultural, temos como objetivo: analisar os principais aspectos que definem a diversificação territorial na zona de fronteira entre Mato Grosso e Bolívia; apresentar os principais fatores que têm contribuído para essa diversidade econômica e social, ressaltando sua importância na integração territorial, partindo-se do pressuposto de que a reflexão constitui etapa necessária e fundamental para qualquer ação propositiva sobre a realidade econômica e social da região.

Palavras-chave: Fronteira, turismo, integração regional, Cultura e História.

INTRODUÇÃO
O homem é um perpétuo viajante. Mas as viagens jamais são as mesmas em motivação e características. As promessas e os problemas de nosso tempo promoveram mudanças na vida pessoal e social em quase todos os setores da existência humana. As atividades turísticas também foram alcançadas pelos novos tempos. Essas mudanças podem ser descritas através do comportamento dos viajantes e suas expectativas, que outrora eram de turistas consumistas, ostentatórios ou até mesmo os roteiros clássicos. O “viajante de vanguarda” busca a realização interior e dá ênfase ao meio ambiente e à compreensão da cultura e da história de outros lugares, quer conhecer povos e se enriquecer culturalmente. Percorre roteiros não visitados e elabora seus próprios itinerários.
Mário Beni caracteriza este viajante como o “sujeito do turismo”, ou elemento subjetivo desse processo. Desnecessário, pois, acrescentar que sendo este o centro de um negócio cujas proporções alteram não apenas o meio ambiente, mas prioritariamente a cultura e os comportamentos, antes de personagem central desse processo, deve o homem compreender o sentido de sujeito do processo que influencia o comportamento do mercado, destinações de políticas de incentivo à exploração dos espaços, assim como razão da geração de oportunidades de trânsito entre eles.
Ao se deixar intencionalmente de lado o tratamento exclusivo dos dados estatísticos referentes ao número de pessoas que saem e que entram em um dado local, busca-se uma abordagem que facilite a justificativa de um campo de estudo cada vez mais comprometido com a vertente social do turismo e seu papel no desenvolvimento econômico local e regional. Assim, deve-se levar em conta o contexto social, territorial, ambiental e outros dispositivos que qualifiquem a atividade, justificando a exploração de áreas e eventualmente investimentos necessários para sua adequação e desenvolvimento, colocando na principal linha de observação e interesse o usuário desses locais.
Centrando a base destas reflexões sobre um plano de interesses voltados para as áreas sobre as quais, mercê provavelmente da ação da mídia, mercê talvez das implicações da onda do politicamente correto, ou quem sabe de um retorno do gosto pelo inusitado e pelo exótico, cada vez mais freqüentes em todos os setores da vida contemporânea, desencadeia-se uma série de indagações que remetem à rediscussão do conceito de turismo.
Na última metade do século XX, a crescente diversidade nos destinos e produtos turísticos permitiu o renascimento de todos os motivos historicamente importantes para viajar. Existem destinos especializados em viagens para fugir da rotina urbana, para a saúde, educação, renovação espiritual, prazer pessoal e para o desenvolvimento de habilidades. Uma motivação atual do turismo é a nostalgia ou o paralelo com sociedades antigas, como viajar no Expresso Oriente, cruzar o Nilo, seguir a Rotta 66, nos Estados Unidos, ou quem sabe percorrer cidades que fazem parte das Missões Jesuíticas.
Cada vez mais a tendência de utilização dos chamados patrimônios naturais tem orientado a atividade turística em uma direção oposta aos roteiros tradicionais, restritos muitas vezes à exploração pela exploração, assumindo características tipicamente comerciais. É preciso atentar, que mesmo o turismo de características bucólicas, designado de “turismo ecológico”, às vezes, não passa de pretexto para o uso indiscriminado do que deveria merecer reserva para proteção total.
Desta forma, à medida que o turismo atinge sua maturidade como setor econômico, em muitos países e no mundo a questão fundamental passa a ser a sustentabilidade. A expressão “turismo sustentável” é relativamente recente e tem diferentes significados e interpretações.
O conceito lida com a capacidade de um destino permanecer competitivo em relação a outros mais novos e menos explorados; de atrair visitantes pela primeira vez, bem como repetitivos; de permanecer singular culturalmente; e de estar em equilíbrio com o ambiente natural.

O POTENCIAL DE CRESCIMENTO DO TURISMO

A previsão sobre turismo emissivo, potencial para as Américas, varia de acordo com as sub-regiões. Os Estados Unidos e o Canadá estão em um nível de despesa discricionária e o tempo dedicado ao lazer tem atingido o topo, o que significa que o tráfego intra-regional deve manter-se. À medida que o desenvolvimento econômico e a indústria continuam a crescer nas nações das Américas do Sul e Central, estas duas sub-regiões constituem as maiores promessas de crescimento.
As razões que levam as pessoas a querer viajar são complexas e diversificadas. O que contribuiu para o intenso crescimento pelo qual o turismo passou num período de tempo relativamente curto foi a maior acessibilidade aos muitos componentes da experiência de viagem.
Em se tratando de motivações de turismo, vale ressaltar os padrões culturais de uma sociedade que influenciam seus cidadãos em sua capacidade e desejo de viajar. Tal influência pode ser descrita como a cultura influenciando a motivação do turista emissivo. As atividades culturais, os eventos ou produtos são fontes de estímulo para o deslocamento de visitantes e turistas.
O termo “cultura” tem muitas definições, desta forma, enfocamos no presente trabalho três abordagens:

1)            A Cultura como sistemas de valores relacionados ao desenvolvimento intelectual, espiritual e estético;
2)            A Cultura como síntese do “modo de vida” de um povo, como um todo;
3)            A Cultura como as obras ou frutos dos empreendimentos intelectuais.

 

DESTAQUE DOS CICLOS DE ATIVIDADE TURÍSTICA


O turismo é um processo que, basicamente, envolve cinco ciclos das atividades, de cuja interdependência resulta a sua materialização. Tais ciclos interdependentes podem ser representados pelos negócios de transporte, do albergamento, da restauração, dos serviços de apoio e do entretenimento de quem necessita se deslocar por razões diversas.
Muitas podem ser as explicações que levam às definições e aos conceitos de áreas. No entanto, como o turismo, durante muito tempo, foi orientado a partir do ciclo de transporte, deve-se entender que o respectivo processo tenha assumido um sentido muito mais relacionado com a dimensão do significado do deslocamento do que com a dimensão do significado do baseamento físico de quem já se deslocou.
Os outros ciclos desse processo, como o da restauração, dos serviços de apoio e do entretenimento do usuário, só passaram a ser considerados tardiamente, deixando de incorporar dados de real sentido e abrangência a seu estudo, bem como dando margem a uma fraca compreensão dos reais significados dessa atividade.
A idéia de albergamento, transporte, restaurantes, serviços de apoio e entretenimento da pessoa que viaja muda, e muito com a entronização das áreas preservadas como locais de exploração turística.
BRASIL E BOLÍVIA – CENÁRIOS DISTINTOS DE PRESERVAÇÃO E DE UTILIZAÇÃO TURÍSTICA
A atual área que compreende a fronteira entre o Estado de Mato Grosso/Brasil e o Departamento de Santa Cruz/Bolívia possuem aproximadamente 300 km de extensão, toda essa área é marcada por grande diversidade de paisagens, resultado de diferentes processos naturais e formas de ocupação, que trouxeram consigo a necessidade de sobrevivência de suas comunidades, gerando estruturas produtivas ditadas pelo contexto de sua formação territorial, de acordo com o mapa abaixo, pela sua dinâmica histórica sócio-cultural e pela imposição do desenvolvimento capitalista do atual mercado mundial.

A conjuntura econômica é condicionante permanente do processo turístico, tanto em termos micro quanto macro econômicos. Assim, o turismo é a manifestação contínua da atividade produtiva, geradora de renda, que se acha submetida a todas as normas econômicas que atuam nos demais ramos e setores industriais ou de produção. Provoca também indiretamente repercussões econômicas em outras atividades produtivas através de efeito multiplicador.
Dentro deste contexto, o turismo pode, além de campo de estudo a partir do comportamento usuário, também apontar para inúmeros outros cenários de estudo e pesquisa. Certamente, pode ensejar compreensões diferentes, não apenas do processo do turismo, enquanto fenômeno de produção de consumo, hoje generalizado, como da elaboração do produto turístico. Ainda assim, necessita-se bem compreender a função econômica de uma atividade que, devidamente inserida, pode representar notáveis instrumentos para o desenvolvimento local ou regional. De igual modo, alguns aspectos sociais decorrentes da função econômica dessa atividade, contribuem para redefinir serviços e redimensionar sua oferta, fazendo com que, de um modo dinâmico, este seja um mercado em constante mutação.
A situação na Bolívia é diferente. Naquele país, as Missões Jesuíticas ainda mantém muito dos antigos costumes, através dos descendentes de Chiquitanos e Moxos, habitantes dos antigos povoados. Freqüentam as igrejas e, assiduamente, tocam seus violinos. Os povoados do Oriente Boliviano, de maneira geral, sofreram modificações urbanísticas no século XIX. Suas tradicionais unidades de habitação coletivas, retangulares e com alpendres ao redor, foram transformadas em quarteirões típicos do urbanismo espanhol, quadrangulares e com pátio central. Nos últimos anos, passaram por transformações arquitetônicas, quando das intervenções em quase todas as igrejas, que modificaram os sistemas construtivos originais, utilizando critérios que classificaríamos de restauro estético.
A área reconhecida como Oriente Boliviano abrange toda a extensão fronteiriça com o Brasil, envolvendo extensas áreas da Amazônia no Norte e do Chaco-pantanal no Sul. Embora, trate de uma área com grande potencialidade para fins agropecuários, comércio, indústria e turismo, é caracterizada pelas condições precárias em que vive grande parte de sua população.
Apesar das dificuldades, inúmeras têm sido as providências institucionais para inserir o Oriente Boliviano em uma dinâmica econômica mais ativa, com destaque para o aproveitamento turístico de seu imenso potencial, como, por exemplo, a incorporação de seus grandes e pequenos parques nacionais.
Na Bolívia, assim como em todos os países onde existem regulamentos de uso racional de áreas preservadas, essas iniciativas decorrem, sobretudo, da preocupação de comunidades locais e ONG’s diretamente envolvidas com a preservação e o uso de tais áreas. Vale ressaltar o desempenho do SERNAP – Serviço Nacional de Áreas protegidas, pertencentes ao Ministério de Desenvolvimento Sustentável do país, o qual vem desenvolvendo um papel importante para a garantia da gestão integral das Áreas Protegidas de interesse nacional, com o propósito de conservar a biodiversidade biológica na área de sua competência.
Dentre as áreas preservadas na Bolívia, destaca-se o Parque Noel Kempf Mercado, patrimônio natural da humanidade, localizado a Noroeste do Departamento de Santa Cruz, nas províncias de Velasco e Iténez, e limitando-se com os Estados de Rondônia e Mato Grosso pelo lado brasileiro. Visto por este ângulo, a posição geográfica que o Parque ocupa é favorável ao desenvolvimento de projetos integrados a ambos os países (Brasil e Bolívia), para a expansão da demanda de turistas brasileiros que visitam o Parque. Até o momento ele tem recebido, em sua maioria, turistas norte-americanos.
Dentro deste contexto, apontamos para a discussão bilateral do turismo internacional, o que implica em um grau razoável de comunicação e cooperação entre as nações, com respeito a uma rede complexa de leis, regulamentações e políticas. Neste aspecto, pode-se exemplificar o transporte aéreo para outro país. A disponibilidade, a freqüência e o custo de uma viagem aérea estão sujeitos a acordos bilaterais; o câmbio às taxas e termos estabelecidos por acordos monetários e ao complexo funcionamento dos mercados internacionais, pois a entrada em um país é regulamentada por vistos e outros acordos relacionados à imigração e alfândega.
Entendemos que os elementos fundamentais necessários à arrancada do turismo, tanto no Brasil como na Bolívia, são determinados em grande parte pelas ações políticas dos governos, já que o destino mais atrativo não terá qualquer resultado, a menos que o país anfitrião possa negociar os acordos que possibilitarão aos empreendedores, companhias aéreas, bancos e funcionários de serviços de imigração, entre outras, prestarem serviços que estimulem os turistas para a região.
As operadoras bolivianas de turismo receptivo têm se esforçado para atender a demanda de turistas motivados por interesses pelas diferentes etnias, religião e cultura, a exemplo da Express Travel Bolívia, que oferece roteiros de “Fé y Mistério” e um “circuito pelas Missões Jesuíticas, compreendendo as cidades de Concepicion, San Ignácio, San José e San Miguel”. Em termos de Oriente Boliviano, estas cidades estão mais estruturadas, principalmente, no quesito hospitalidade e serviços de apoio ao turismo.
A proposta dos roteiros turísticos elaborados e ofertados na Bolívia, apresentam uma forte tendência para essa nova modalidade do turismo. Neste país, os fenômenos da natureza, assim como o patrimônio arquitetônico são pontos de referência no mundo inteiro e, portanto, espaços a serem visitados na busca do desconhecido, ou ao menos conhecido, que ainda faz parte do turismo mundial. No mundo, milhões de pessoas buscam determinadas áreas por motivos religiosos, o que tem impulsionado o turismo em inúmeros lugares do mundo. Na Bolívia, existem áreas que se integram nessa categoria, como é caso da área das Missões Jesuíticas, com suas igrejas de rara beleza e imponentes construções datadas do XVIII.
No que tange ao patrimônio natural, destaca-se, na Bolívia, o Programa de Conservação do Bosque Chiquitano, através da FCBC (Fundação para a Conservação do Bosque Chiquitano). O Bosque Seco Chiquitano é um tipo de bosque tropical seco, com uma riqueza natural exuberante, porém, pouco estudado. Corresponde a um espaço de vegetação que, em outra época, recobriu, de forma mais extensa, o continente e que atualmente se retraiu. Esta formação biogeográfica tem uma extensão de aproximadamente 4 milhões de hectares e se encontra em boas condições de conservação.
A relação existente entre o bosque Chiquitano e as Savanas arborizadas do Pantanal apontam para a necessidade destas regiões serem protegidas, assegurando, assim, sua vinculação com o Chaco, ao Sul, e com as selvas úmidas da Amazônia, ao Norte.
Somado a esta extraordinária riqueza natural, a região Chiquitana tem ainda um enorme valor étnico e cultural. De acordo com a OMT (Organização Mundial do Turismo), o turismo étnico é voltado às tradições e estilos de vida de um grupo e é utilizado principalmente para destacar o turismo nas comunidades ou enclaves específicos, em processo de desenvolvimento. Algumas vezes o turismo étnico é descrito como motivado pelo desejo de ver o “outro”. Essa motivação é coerente com a necessidade de aprender e de satisfazer a curiosidade, da forma apresentada na definição mais genérica de turismo cultural. Além disso, o turismo étnico pode abranger razões de comparações sociais ou mesmo o desenvolvimento de relações, à medida que as pessoas buscam entender suas próprias vidas, observando como outros grupos e indivíduos organizam sua existência humana.
Atualmente, o Oriente Boliviano reúne descendentes de numerosas etnias, genericamente denominados “Chiquitanos”, produto da fusão forçada de grupos indígenas durante a época das Missões Jesuíticas. Um legado importante da época missional é o rico acervo arquitetônico e musical, expressado em suas igrejas e na música barroca, mantidos por séculos na história regional.
A intensificação do turismo ecológico nesta área requer um programa de planejamento de uso e conservação dos recursos naturais, ainda abundantes.
Para o Programa de Conservação do Bosque Chiquitano - PCBC, em razão do potencial econômico do Oriente Boliviano, expresso principalmente pela sua riqueza florestal, vem ocorrendo um intenso desmatamento e corte seletivo de árvores para comercialização de madeira. Contudo, o PCBC chama a atenção para o fato desta área ser extremamente frágil, necessitando de planejamento e uso racional de seus recursos.
Em alguns setores e ações já é percebida a preocupação com a qualidade e a conservação ambiental. Assim, a construção do gasoduto Rio San Miguel-Bolívia, a Cuiabá, Brasil, que implicou em estender dutos através de um setor importante do Bosque Seco Chiquitano e de um trecho no Pantanal Boliviano, exigiu a elaboração de Relatório de impacto ambiental, cujos resultados levaram as empresas proprietárias do gasoduto a acordarem programas de compensação, com o ministério do setor boliviano, com os municípios e também com as comunidades campesinas e indígenas daquele país.
Com estes acordos, as empresas cumpriram as exigências nacionais e internacionais com relação a projetos desta natureza e receberam, aos de 17 de dezembro de 1998, a licença ambiental para a sua execução.
Todavia, uma análise ambiental mais regional do gasoduto, integrado ao impacto de todas as atividades que já estavam sendo geradas na área, como ampliação da fronteira agropecuária, os projetos de melhoramento de estradas, o corte ilegal e outros, evidenciam a necessidade de tratamento mais rigoroso em relação à conservação desses sistemas naturais.
Em geral, os impactos ambientais em níveis regionais, que podem afetar significativamente a integridade dos ecossistemas, não são considerados nos projetos, assim como não é levada em conta à legislação respectiva. Esta é, sem dúvida, a preocupação principal das organizações ambientalistas interessadas na conservação da Chiquitania.
Após uma série de reuniões e discussões, a Fundación Amigos de la Naturaleza (FAN), Fundación Amigos Del Museo de História Natural Noel Kempf Mercado, Sociedade para la Conservación de la Vida Silvestre (WCS), Jardín Botánico de Missori (MBG) e as Petroleiras Enron, Shell e Transredes se comprometeram em financiar um Plano de Conservação e Desenvolvimento Sustentável para a região.
Nessa perspectiva, foram definidas, através de um participativo, dez linhas de ações, na qual o PCBC orienta seus esforços de apoio técnico e financeiro através de projetos na região Chiquitana. São elas:
1.            Proteção, Conservação e manejo de áreas silvestres;
2.            Manejo e conservação de vida silvestre;
3.            Pesquisa para a conservação e desenvolvimento sustentável;
4.            Manejo florestal sustentável;
5.            Manejo agropecuário sustentável;
6.            Apoio à gestão institucional local;
7.            Apoio ao ordenamento territorial;
8.            Educação Ambiental;
9.            Apoio à preservação;
10.        Gestão e acompanhamento do plano.
Uma boa referência desses projetos é o apoio ao saneamento de 34 comunidades indígenas no município de San Miguel. Na linha de Educação Ambiental, destacamos o Programa Piloto de Educação Ambiental para o Bosque Seco Chiquitano.

TURISMO E ECONOMIA

Há muito tempo o mundo se empenha em resolver as questões relacionadas ao comércio entre as nações. Em função do vínculo estreito entre economia e política, o comércio internacional sempre foi e continuará sendo uma atividade altamente política. O turismo internacional como parte importante desse comércio, será cada vez mais atraído para a política mundial. Os relacionamentos políticos e comerciais entre as nações serão temas centrais do turismo internacional no século XXI. As relações comerciais afetam não apenas o fluxo de turistas, mas também o fluxo de capitais gerados pelo setor.
Segundo dados estatísticos de 1998, referentes à origem dos turistas que entraram no Brasil, eram eles, em grande parte, provenientes da América do Sul, o que significa, via de regra, em pouco lucro para o Brasil, pois o turista latino gasta, em geral, menos que os turistas provenientes de outros continentes. No entanto, dado o caráter de proximidade e vizinhança, os sul-americanos, assumem, numericamente, grande importância.
A conjuntura econômica é condicionante permanente do processo turístico, tanto em termos micro quanto macro econômico. Assim, o turismo é a manifestação contínua da atividade produtiva e geradora de renda, que se acha submetida a todas as normas econômicas que atuam nos demais ramos e setores industriais ou de produção, provocando também e indiretamente repercussões econômicas em outras atividades produtivas, através de efeito multiplicador.
O fluxo de turistas através de fronteiras nacionais tem sido uma tendência econômica cada vez mais importante para grande parte da comunidade internacional, o que é observado no fluxo de pessoas nas fronteiras Brasil-Bolívia.

 

RECOMENDAÇÕES PARA O TURISMO BRASIL/BOLÍVIA


O Brasil, através do Ministério do Turismo, vem trabalhando um tipo de modelo de “Regionalização” do turismo, com indicação de pólos e micro-pólos de turismo. Essa experiência poderia contribuir muito com a integração de regiões iguais ou similares ambiental e culturalmente, como é caso do “chaco-pantanal”, presentes entre os dois países.
De acordo com os princípios do turismo responsável, devem ser atentados os pontos enumerados a seguir:
-               O turismo deve respeitar as culturas locais e prover benefícios e oportunidades para as comunidades alvo. Deve-se levar em consideração neste ponto as tradições locais na região das missões jesuíticas;
-               Incentivar as manifestações e os usos tradicionais populares das missões jesuíticas, mantendo originalmente a sua cultura e habitat natural;
-               Deve preocupar-se com a realização de zoneamentos, processo em que os planejadores conectam tipos de empreendimentos ou atividades a determinadas áreas.

Para as Unidades de Conservação - UC’s e Áreas Protegidas são esperados:
-               Que respeitem os aspectos socioeconômicos, históricos e culturais da área protegida e de seu entorno, com vistas a um plano de manejo que assegure o permanecimento das populações mínimas viáveis de espécies representativas da flora e da fauna de sua região;
-               Que propiciem a pesquisa cientifica que contribua com o conhecimento e manejo da área.
-               Que contribuam com a garantia alimentar e potencial de desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas do Parque;
-               Que ofereçam oportunidades para a educação e turismo, recreação e desfrute espiritual dos visitantes;
-               Que difundam os valores naturais e culturais do Parque e sua necessidade de conservação;
-               Que facilitem o desenvolvimento de oportunidades produtivas derivadas dos recursos genéticos;
Destacamos ainda a necessidade de um Programa de Manejo Sustentável; este pode estar subdividido a exemplo do Programa de Manejo do Parque Noel Kempf Mercado - Bolívia, a saber:

-               Programa de Proteção: para assegurar a conservação dos ecossistemas e da diversidade biológica;
-               Programa de Uso Público: Ecoturismo, Educação Ambiental e interpretação ambiental;
-               Programa de Pesquisa: Promover e desenvolver o conhecimento científico dos ecossistemas;
-               Programa de Monitoramento: registrar e avaliar com fins de manejo de trocas no meio biofísico e sócio-econômico;
-               Programa de Apoio Comunitário: contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Observamos, ainda, no decorrer da pesquisa, a necessidade de apontar os cinco princípios gerais aplicados ao turismo na área do patrimônio, os quais são baseados em algumas experiências internacionais, a saber:

Autenticidade e Qualidade:
Nas Missões, os atrativos principais são representados pelo patrimônio histórico. No que se refere à preservação, enfatizamos que as intervenções contemporâneas não devam ser confundidas com as evidências do passado, para que se possa ter em qualquer momento, uma leitura coerente nos próprios monumentos. Desta forma, não devem ser incentivadas quaisquer iniciativas que possam confundir a autenticidade dos bens culturais, como réplicas ou reconstruções. Toda ação deve ser registrada e datada.

Preservar e Proteger os Recursos:
Não há ação de turismo cultural que se sustente sem um plano de preservação.

Dinamizar os Sítios:
O circuito arquitetônico e urbanístico pelas ruínas é complementado por uma visita à sacristia, onde se pode sentir a reconstituição da escala de um espaço interno missioneiro.

Encontrar o caminho entre a comunidade e o turismo:
As comunidades missioneiras já identificam que o turismo é uma alternativa à economia agrícola e ao desemprego. A região ainda não está plenamente aparelhada para receber, informar e atender aos visitantes, como atividade permanente e organizada. Existem necessidades de infra-estrutura e articulação dos vários setores que podem e devem ser envolvidos.

Trabalhar em conjunto:
As parcerias são essenciais para um trabalho de turismo sustentável. Isto é baseado no envolvimento das comunidades locais no processo de planejamento e implantação dos programas, ao invés de procurar um turismo de operadoras transportadoras, aonde o benefício econômico principal é transferido para outras regiões.
A experiência do Circuito Turístico Internacional é fruto de parcerias e do esforço contínuo de alguns setores que desempenham papel fundamental na estruturação do processo. Para o aperfeiçoamento deste processo integrado ainda é necessário seguir alguns passos fundamentais como:
·              Avaliar o pleno potencial da área para o turismo cultural;
·              Planejar e organizar recursos humanos e financeiros;
·              Preparar, proteger e administrar para o presente e para o futuro;
·              Promover ações para atrair as pessoas e recursos para as comunidades.

A região das Missões ainda tem um longo caminho nesta área, fortalecendo a cooperação entre o poder público e as comunidades, num projeto onde muitos podem ganhar.

CONCLUSÃO
O turismo tem efeitos econômicos de expressiva importância para o processo de desenvolvimento da economia e, por sua vez, dos índices sociais e do padrão de vida da população.
Podemos então enquadrar o turismo internacional como mecanismo adequado para a geração de divisas, incidindo favoravelmente nos movimentos da balança de pagamentos e desenvolvimento inter-setorial. Isto é possível graças ao efeito multiplicador do investimento, crescimento da demanda interna e receptiva, cujos resultados refletem no desenvolvimento e regional ou territorial. O turismo é também fator estimulador da capacidade empreendedora, com efeito, na elevação do nível do emprego. No caso da área em apreço, cabe ao governo dos países envolvidos, no caso o Brasil e a Bolívia, estimular e favorecer o intercâmbio turístico-cultural de forma ordenada e voltada para o desenvolvimento sustentável de ambos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOO, Elizabeth. Ecoturismo, potenciales y escollos. Washington D.C.: WWF - World Wildlife Found e The conservations Foundation, 1990.
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CALCAGNO, E. Evolución y actualidad de los estilos de desarrollo. Revista de la CEPA. n. 42, 55-67, 1990.
CHARUPÁ, Roberto Tomichá, OFM Conv. La primeira evangelización em lãs reduciones de Chiquitos (1691-1767). Universidad Católica Boliviana. Ordo Fratrum Minorum Conv., Primera edición, Editorial Verbo Divino, 2002.
GÓMEZ, Manuel J.M. et al. Planificacion y desarollo del ecoturismo. Cuba: Estudios Turísticos, 1993.
LAGE, Beatriz H., MILONE, Paulo C. Economia do Turismo. 4. ed. Campinas: Papirus, 1999.
MARTINS, Sérgio. Límites del desarollo sostenible en América Latina: en el marco de las políticas de (re)ajuste económico. Pelotas: EdUFPEL, 1995.
MINISTÉRIO da Indústria, do Comércio e do Turismo. Embratur – Instituto Brasileiro do Turismo. Política Nacional do Turismo.
Organização Mundial de Turismo. Guia de desenvolvimento do turismo sustentável. Trad. Sandra Netz- Porto Alegre: Bookman, 2003.
REVISTA MATO-GROSSENSE DE GEOGRAFIA/Departamento de Geografia [do]. Instituto de Ciências Humanas e Sociais [da ] Universidade Federal de Mato Grosso. Ano 04/05 nº 05/06. Out. 200/2001. Cuiabá.
RUSCHMANN, Doris V. M. Equipos y servicios para el turismo ecológico en Amazonas brasileño. Estudios y Perspectivas en Turismo, Buenos Aires, v. 1, n. 2, 1992.
VÁZQUEZ, Antonio. Política económica local. Madrid: Pirámides 1993.


Senzalas bolivianas





Tuesday, March 05, 2013

ESPORTE



ESPORTE


Em 5/3/2012, comecei andar de bicicleta, por quase 30 minutos
- Observar a reação do corpo

nos próximos dias ir aumentando a prática por mais tempo. Aquecer-se antes, é importante


tipo de bicleta usada:

Classic Fighter, liga de alumínio, pesando cerca de 14 a 15 k
21 marchas combinadas Shimanu REVOSHIFT
freios a disco nas duas rodas
lanternas intermitentes na parte a frente e na parte de trás
capa do banco siliconada GELTECH - ENDZONE

Thursday, February 14, 2013

GASTRONOMIA GLOBAL



GASTRONOMIA GLOBAL


QUEIJO TILSIT

- ORIGEM INTERESSANTE

Inicialmente elabora pelo prussianaos
É de rorigem russa
Analisar no Google






Erva

Beldroega

(em português: beldroeja)
- é ótima para salda
- existem alguns pés plantados em casa em  Brasília



Ocoro

fruto parecido com o chachairu

(lembra um rambutan sem pelo)


RECEITAS

Gratinado de bacalhau basco

Ingredientes

- 4 peças de bacalhau do Porto dessalgado
- azeite de oliva a gosto
3 dentes de alho
- meio pimentão vermelho em tiras
- duas cebolas médias cortadas em tiras finas

- 4 batatas grandes cortadas em rodelas e fritas
- 1 lata de tomate pelado / ou 6 tomates sem casca e sem sementes cortado em cubos

Preparo

Refogue no azeite o pimentão e a cebola, temperado-os com pimenta e sal

Coloque três dentes de alho inteiros para dourare no azeite fervente

Retire os dentes de alho do azeite e coloque o bacalhau na frigideira coma pele virada para cima, cuidando para que o azeite não ferva (o azeite deve cobri todo o bacalhau)

Vire o0 bacalhau depois de dois minutos. Quando estiver pronto, desligue o fogo0 e mantenha o bacalhau com todo o azeite

Refogue todos os tomates até que se torne um milho

Em um refratário, coloque gentilmente os pedaços de bacalhau, a batata frita e as cebolas, cobrindo tudo com o molho de tomate e as gemas batidas com azeite

Grelhe no forno

quando removido do forno, incline o refratário de modo a descartar um pouco do azeite

Rendimento: 4 pessoas ( basicamente 1 posta por cabeça)

Tempo de preparo: 1 hora

14-02-2013











Doces e Salgador

Pastora Maria Luiza Bedin
Missionária

Celular 60995556

Prepara

pão de mel
doce de nozes
empadinhas

e diversos outros e o preços variam de acordo com o recheio